quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Projeto «Consigo, Ler!» e «A Lenda do Negrinho do Pastoreio» (1)

Este ano letivo (2013-2014), o Instituto Camões propõe aos professores do EPE (ensino do português no estrangeiro) o projeto de leitura «CONSIGO, LER!» O objetivo, em linhas gerais, é aproximar os alunos da leitura em Português, é aproximar Pais-Alunos-Professores-Comunidade da leitura que tão importante é para o desenvolvimento da criança, do jovem e do adulto!

Foi por isso que hoje recebemos na sala de aula a mãe de um aluno da turma de CE2 (3º ano), Adriana Candusso, que teve a gentileza de aceitar o convite que lhe foi feito para vir contar uma história à turma de CE2/CM1 e a quem volto a agradecer publicamente a sua colaboração.

Podemos assim conhecer todos juntos uma lenda afro-cristã, a Lenda do Negrinho do Pastoreio que nos levou até terras brasileiras a uma época que precedeu a abolição da escravatura. Não filmei a intervenção da mãe, mas gostava de vos dar a conhecer o texto com que hoje começámos a aula de Português bem como um vídeo onde uma outra contadora de histórias brasileira nos fascina contando a mesma lenda, ligeiramente diferente da versão contada pela Adriana Candusso que também explicou aos alunos que há muitas versões desta lenda:  



A Lenda do Negrinho do Pastoreio

Nos tempos da escravidão, havia um estancieiro malvado com negros e peões. Num dia de inverno, fazia frio de rachar e o fazendeiro mandou que um menino negro de catorze anos fosse pastorear cavalos e potros recém-comprados. No final da tarde, quando o menino voltou, o estancieiro disse que faltava um cavalo baio. Pegou o chicote e deu uma surra tão grande no menino que ele ficou sangrando. ‘‘Você vai me dar conta do baio, ou verá o que acontece’’, disse o malvado patrão. Aflito, ele foi à procura do animal. Em pouco tempo, achou ele pastando. Laçou-o, mas a corda se partiu e o cavalo fugiu de novo.

Na volta à estância, o patrão, ainda mais irritado, espancou o garoto e o amarrou, nu, sobre um formigueiro. No dia seguinte, quando ele foi ver o estado de sua vítima, tomou um susto. O menino estava lá, mas de pé, com a pele lisa, sem nenhuma marca das chicotadas. Ao lado dele, a Virgem Nossa Senhora, e mais adiante o baio e os outros cavalos. O estancieiro se jogou no chão pedindo perdão, mas o negrinho nada respondeu. Apenas beijou a mão da Santa, montou no baio e partiu conduzindo a tropilha.

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" O Negrinho do Pastoreio é considerado, por aqueles que acreditam na lenda, como o protetor das pessoas que perdem algo. De acordo com a crença, ao perder alguma coisa, basta pedir para o menino do pastoreio que ele ajuda a encontrar. Em retribuição, a pessoa deve acender uma vela ao menino ou comprar uma planta ou flor. "





Alunos de 3º e 4º ano com a nossa contadora de histórias, a Adriana Candusso!

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