quarta-feira, 25 de junho de 2014

Escrita criativa (3º e 4º anos)

Os alunos da turma 3º e 4º anos, neste final de ano, foram desafiados a treinar a escrita criativa. De entre os desafios que a escritora portuguesa Margarida Fonseca Santos disponibiliza no seu blogue 77 palavras (inscrito no PNL desde setembro de 2013), aqui fica um trabalho realizado esta manhã coletivamente na sala de aula onde se inventou uma história com apenas 77 palavras e 14 nãos... 

Desafio 59 – 14 vezes a palavra NÃO

Esta noite sonhei que era professora, mas não gostei do meu sonho porque os meninos faziam asneiras e não trabalhavam. Faziam muito barulho. Não, não, não, não gostei do barulho! Eu já não sentia a minha cabeça. O barulho não parava e eu não gostava disso. Não consegui acabar de corrigir os trabalhos, os que corrigi não tinham boa nota. Tentei gritar, mas eles não me ouviam, não servia de nada. Não tive sorte nenhuma neste sonho!

NB: este nosso texto teve direito a publicação no blogue da escritora HISTÓRIAS EM 77 PALAVRAS. Não acreditam? Cliquem aqui.

quarta-feira, 18 de junho de 2014

«Consigo, Ler!»: conclusão do projeto 2013-2014

Na aula desta manhã, os alunos redigiram criativamente uma história procurando unir as três intervenções a que assistiram este ano letivo. Três mães vieram à nossa sala de aula e contaram uma história (cf. postagens deste blogue publicadas nos dias 4-12-2014, 19-3-2014 e 28-5-2014) ). Os alunos foram hoje desafiados a escrever uma história que reunisse as três intervenções. É esse trabalho que a seguir se apresenta devidamente ilustrado pelos alunos (as ilustrações bem como o texto são uma oferta dos alunos às três mães que vieram ao nosso encontro, Adriana Candusso, Tatiana Jensen Alves e Erica Matsumoto):


O Negrinho do Pastoreio e Momotaro: um encontro
    Os alunos do 3º e 4º anos da escola Normandie-Niemen estavam a brincar no recreio da aula de português, quando viram o Negrinho do Pastoreio e Momotaro sentados num banco a conversar. Eis a conversa que todos escutaram.
 
Momotaro: Olá, eu sou o Momotaro e nasci num momo. E você?

Negrinho do Pastoreio: Olá, eu sou o Negrinho do Pastoreio. Nasci em África, naveguei no navio “Nação Crioula” até ao Brasil onde era escravo dos brancos. Mas afinal o que é um momo?

Momotaro: Um momo é um pêssego muito grande, sumarento, muito doce. Dá para cinco pessoas o comerem. É uma fruta típica do Japão.

Negrinho do Pastoreio: Como é que tu foste parar dentro desse pêssego enorme?

Momotaro: Foi Deus que me pôs dentro do pêssego porque havia um casal de velhinhos que vivia triste e sozinho, sem filhos. Deus quis ajudá-los e a velhinha encontrou-me quando estava a lavar a roupa suja no rio. Com eles eu vivi feliz. Tratavam-me muito bem, como um filho!

Negrinho do Pastoreio: Tiveste sorte. Eu não tive a sorte que tu tiveste. Eu era pastor e tomava conta de cavalos. Uma vez eu perdi um cavalo e o meu patrão bateu-me muito e eu fiquei cheio de sangue.

Momotaro: Isso é horrível! Não tiveste sorte nenhuma! Deus não te ajudou… E os direitos das crianças não são respeitados no Brasil? A Ruth Rocha ensinou-nos no seu poema «Toda a criança do mundo / Deve ser bem protegida»…

Negrinho do Pastoreio: No Brasil, há pessoas que respeitam os Direitos das crianças, o meu patrão é que era mau. Mas ficas a saber que se Deus não me ajudou, a Nossa Senhora ajudou-me.

Momotaro: Como é que ela te ajudou?

Negrinho do Pastoreio: Durante a noite, enquanto eu estava atado a um pau, Ela veio e curou-me.
 
Momotaro: E o teu patrão não fez nada?

Negrinho do Pastoreio: O meu patrão pediu-me desculpa, ele arrependeu-se.

Momotaro: E você desculpou?

Negrinho do Pastoreio: Sim, desculpei! Nós devemos ser capazes de perdoar.

Professora Isabel (batendo as palmas e gritando): Vamos entrar! Acabou o recreio!

 

quarta-feira, 28 de maio de 2014

Projeto «Consigo, Ler» e a história japonesa de «Momotaro»

Este ano letivo (2013-2014), o Instituto Camões propõe aos professores do EPE (ensino do português no estrangeiro) o projeto de leitura «CONSIGO, LER!» O objetivo, em linhas gerais, é aproximar os alunos da leitura em Português, é aproximar Pais-Alunos-Professores-Comunidade da leitura que tão importante é para o desenvolvimento da criança, do jovem e do adulto!

Foi por isso que hoje recebemos na sala de aula a mãe de um aluno da turma de CM1(4º ano), Erica Matsumoto, que teve a gentileza de aceitar o convite que lhe foi feito para vir contar uma história à turma de CE2/CM1 e a quem volto a agradecer publicamente a sua colaboração.

Podemos assim conhecer todos juntos uma história japonesa, Momotaro, que nos levou até à comunidade japonesa que vive em terras brasileiras e que com a sua cultura enriqueceu, e continua a enriquecer, a cultura brasileira. Foi também uma forma de mostrar aos alunos a natureza multicultural do Brasil, um país cuja língua oficial é o português, mas cuja cultura é muitas culturas ao mesmo tempo (índia, portuguesa, africana, japonesa, alemã, árabe...). A nossa contadora de histórias escolheu e contou a história que a todos agradou. Também preparou um PowerPoint com a história ilustrada que os alunos visionaram com muito agrado. Como a foto tirada não ficou em condições, optou-se por fazer uma montagem das fotos em recordação desta última passagem de um contador de histórias pela nossa sala de aula.

Apresenta-se a seguir uma versão oral e escrita do conto japonês:


Momotaro

                                                                           
                                                                                         
            Era uma vez um velho lenhador e sua esposa. Eles moravam numa aldeia e eram muito tristes e solitários, pois não tinham filhos. Um dia, o velhinho subiu as montanhas para cortar lenha, enquanto sua esposa foi até o rio lavar as roupas sujas.
            Quando estava começando seu trabalho, a velhinha ficou surpresa ao ver um grande pêssego flutuando rio abaixo. Era o maior pêssego que ela tinha visto em toda a sua vida.
            A velhinha tirou a fruta do rio e levou-a para casa, a fim de dividi-la com o marido no jantar. No fim da tarde, logo que o velho voltou para casa, a esposa lhe disse:
            — Olha que pêssego maravilhoso encontrei para nosso jantar!
            O homem concordou que era realmente um pêssego muito bonito e, como estava com fome, sugeriu:
            — Vamos cortá-lo e comê-lo imediatamente.
            A velha buscou uma grande faca na cozinha e se preparou para cortar o pêssego ao meio. Mas, nesse exato momento, ouviu-se uma voz humana que vinha de dentro da fruta:
            — Espere! Não me corte!
            De repente, o pêssego se partiu, e um lindo menino saltou dali de dentro.
            O velho e sua esposa ficaram assustados. Mas o menino os tranquilizou:
            — Não tenham medo. Fui enviado por Deus. Ele viu o quanto vocês estavam solitários, sem nenhuma criança, e por isso enviou-me para ser o filho de vocês.
            O casal ficou muito feliz e adotou a criança, que recebeu o nome Momotaro, que significa Menino do Pêssego, pois ele havia saído de dentro da fruta. O casal amou Momotaro de imediato e passou a criá-lo para que se tornasse um bom garoto.
            Quando Momotaro completou 15 anos, ele disse aos pais:
            — Vocês sempre foram bondosos comigo. Agora que estou crescido, preciso fazer algo para ajudar seu povo. No mar, bem longe daqui, existe um lugar chamado Ilha dos Ogros. Muitos ogros* perversos vivem lá. Eles costumam vir até aqui para fazer coisas ruins, como roubar os tesouros das pessoas ou até mesmo raptá-las. Por isso, quero ir até a ilha enfrentá-los e trazer de volta tudo o que eles roubaram. Por favor, me deixem fazer isso!
            Os pais de Momotaro ficaram surpresos ao ouvir sua decisão, mas também muito orgulhosos pelo fato de ele querer ajudar as outras pessoas.
            Assim, eles auxiliaram o rapaz a se preparar para sua longa jornada até a Ilha dos Ogros. O velho lhe deu uma espada e uma armadura, e a velha senhora preparou-lhe um bom lanche de bolinhos de milho, conhecidos como kibidango. Momotaro, então, começou sua jornada, prometendo aos seus pais que em breve voltaria para casa. Depois de se despedir, seguiu seu longo caminho em direção ao mar.
            Após ter avançado uma boa distância, encontrou um cachorro marrom. O animal rosnou para ele e estava prestes a mordê-lo quando o garoto lhe deu um de seus bolinhos. Ele contou ao cachorro que viajava até a Ilha dos Ogros, para lutar contra eles. Assim que entendeu a missão de Momotaro, o cão lhe disse que o acompanharia e o ajudaria no que fosse preciso.
            O menino e o cachorro marrom prosseguiram caminhando e logo encontraram um macaco. Na mesma hora, o cachorro e o macaco começaram a brigar.
            Momotaro, porém, contou ao macaco sobre seu plano de lutar contra os ogros. Sensibilizado, o macaco perguntou se podia ir também. Momotaro lhe entregou um bolinho e deixou que ele se juntasse à dupla.
            Momotaro, o cachorro marrom e o macaco prosseguiram sua jornada e logo encontraram um faisão.
            O cachorro, o macaco e o faisão estavam prestes a começar uma briga quando o menino contou ao faisão sobre a viagem à Ilha dos Ogros. O faisão perguntou se ele também podia ir com eles. Momotaro lhe deu um bolinho e autorizou sua entrada no grupo.
            Dessa forma, tendo Momotaro como seu líder, estes três bichos que normalmente vivem brigando tornaram-se bons e confiáveis amigos. Eles percorreram um longo caminho até finalmente alcançarem o oceano. Lá, construíram um barco e navegaram mar afora até a Ilha dos Ogros.
            Assim que avistaram a ilha notaram que os ogros tinham uma fortaleza muito resistente. E havia muitos, muitos ogros! Alguns eram vermelhos, outros azuis, e outros pretos.
            Primeiro o faisão voou sobre os muros do forte e começou a bicar as cabeças dos ogros. Os ogros por sua vez, tentaram acertar o faisão com clavas, mas a ave foi muito rápida e se desviou dos golpes.
            Quando os ogros se distraíram, o macaco deslizou até o forte e abriu o portão. Então, Momotaro e o cachorro marrom invadiram a fortaleza.
            A batalha foi terrível! O faisão bicava as cabeças dos ogros malvados, o macaco os feria com suas unhas, o cachorro marrom usava os dentes para mordê-los e Momotaro os cortava com golpes de espada.
            Até que os ogros foram completamente derrotados. Eles se curvaram perante Momotaro e prometeram nunca mais fazer maldades. Depois, entregaram ao garoto todos os tesouros que haviam roubado.
            Os tesouros eram os mais maravilhosos que se podia imaginar, como ouro, prata e corais. Momotaro e seus três amigos carregaram tudo de volta ao barco. Depois, puseram o tesouro em uma carroça e viajaram por todo o Japão devolvendo tudo o que os ogros haviam roubado delas.
            Depois de muito tempo fora de casa, finalmente Momotaro retornou.
            A alegria de seu pai e de sua mãe ao revê-lo era indescritível! Eles se tornaram muito ricos com o restante do tesouro que o menino trouxe e viveram juntos muito, muito felizes.


Nota: Ogro* - Bicho papão dos contos de fadas, monstro que se alimenta de carne humana.
Bibliografia : As histórias preferidas das crianças japonesas – Livro 1 – Florence Sakade e Yoshisuke Kurosaki





A nossa contadora de histórias Erica Matsumoto com os alunos

sexta-feira, 2 de maio de 2014

«Agora o escritor és tu!» (turma de 3º ano / CE2)

A turma de 3º ano da Secção Portuguesa (polo Normandie-Niemen)
 


leu a história de Álvaro Magalhães, «A praia da Galé» e aceitou o desafio da revista Visão Júnior para a continuar. Saiu vencedora, mas não pôde ir a Lisboa entrevistar o autor. Aqui fica o link que dá acesso à publicação online da nossa história no sítio da revista  http://visao.sapo.pt/trabalho-dos-alunos-do-lycee-international-de-st-germain-en-laye=f778674




O Senhor de seu nariz e outras histórias de Álvaro Magalhães


«A praia da Galé» (continuação)


Estávamos nós nesta conversa, quando vejo a minha avó chegar à praia.

Disse eu:

- Avô, olha quem aqui vem!

Disse o avô:

- Oh! O que é que vens cá fazer, mulher?

Disse a minha avó, que tinha acabado de chegar à praia:

- Vim para vos ver e como está muito calor apetece-me ir tomar banho.

Grito eu e o meu avô ao mesmo tempo:

- Nãaaao!

Responde a avó:

- Porquê?

Nós explicámos: tínhamos ido tomar banho, quando de repente vimos uma prancha de surf que nos assustou porque pensámos ser a barbatana de um tubarão.

Disse a avó:

- Se era uma prancha de surf, por que é que eu não posso ir tomar banho? Eu não tenho medo de pranchas de surf!!!!!

Disse o avô:

- Também não tenho medo de pranchas, mas pensei que era um tubarão e apanhei um susto.

Disse eu:

- Então vai tomar banho sozinha, nós ficamos aqui a construir um castelo na areia.

A avó vai para o mar e mergulha numa água clara e transparente, magnífica e deliciosa.

Gritou a avó:

- Aaaah! Socorro! Uma caravela portuguesa!

A avó faz chichi com o medo e começa a nadar crawl chegando rapidamente à praia.

Perguntou o avô:

- O que é que se passa? Viste uma prancha de surf?

Disse a avó assustada e a tremer:

- Não! Vi uma caravela portuguesa!

Disse eu:

- Tens medo de um barco, avó?

Disse o avô:

- Meu neto, uma caravela portuguesa não é um barco, é uma alforreca que pode matar!

Disse a avó:

- Ninguém pode ir tomar banho, a água está infestada de caravelas portuguesas!

Disse eu:

- Então temos de ir avisar os nadadores-salvadores.

Disse o avô:

- Temos que ir já avisá-los!

Disse a avó:

- Temos de dizer para evacuarem já a praia!

Disse eu:

- Avó, eu nunca teria tido medo da caravela portuguesa e nunca teria fugido dela. Não iria avisar os nadadores-salvadores e se calhar algumas pessoas poderiam morrer…

Disseram os meus avós em uníssono:

- Às vezes é bom ter medo. O medo salva-nos!



FIM
***
Tendo dado este fim à história de Álvaro Magalhães, vários alunos desenharam várias capas para o livro, mas a que enviámos para concurso foi a capa que se segue por ter sido a mais bonita:
 

Alguns alunos falaram sobre este trabalho realizado na sala de aula, apesar da timidez diante da máquina de filmar...

 

quarta-feira, 2 de abril de 2014

2 de abril - Dia Internacional do livro infanto-juvenil

IMAGINEM OS PAÍSES ATRAVÉS DAS HISTÓRIAS (cartaz feito por Njamh Sharkey)


O Dia Internacional do Livro Infantil celebra-se anualmente no dia 2 de Abril.
Esta data é celebrada por iniciativa do Conselho Internacional sobre Literatura para os Jovens (IBBY), que em Portugal é representada pela Associação Portuguesa para a Promoção do Livro Infantil e Juvenil (APPLIJ).
O IBBY criou o Dia Internacional do Livro Infantil em 1967, para homenagear o escritor dinamarquês Hans Christian Andersen, (autor de algumas das histórias para crianças mais lidas em todo o mundo), cujo aniversário do nascimento é assinalado a 2 de abril.

Dia do Livro Infantil em Portugal

Todos os anos é divulgada pela IBBY uma mensagem de incentivo à leitura, da autoria de um escritor de nacionalidade diferente que é depois traduzida e divulgada nos países que integram o IBBY. O cartaz português é sempre da autoria do ilustrador vencedor do Prémio Nacional de Ilustração.
in http://www.calendarr.com/portugal/dia-internacional-do-livro-infantil/, consultado a 1-4-2014.

 ***
Mensagem da escritora irlandesa para assinalar este dia:

Os leitores perguntam muitas vezes aos escritores como é que escrevem as suas histórias – de onde vêm as ideias? Da minha imaginação, responde o escritor. Ah, sim, dizem os leitores. Mas onde fica a imaginação, de que é que ela é feita, e será que todos temos uma? Bem, diz o escritor, fica na minha cabeça, claro, e é feita de imagens e palavras e memórias e vestígios de outras histórias e palavras e fragmentos de coisas e melodias e pensamentos e rostos e monstros e formas e palavras e movimentos e palavras e ondas e arabescos e paisagens e palavras e perfumes e sentimentos e cores e ritmos e pequenos cliques e flashes e sabores e explosões de energia e enigmas e brisas e palavras. E fica tudo a girar lá dentro e a cantar e a parecer um caleidoscópio e a flutuar e a pousar e a pensar e a arranhar a cabeça.

Claro que todos temos uma imaginação: se assim não fosse, não seríamos capazes de sonhar. Contudo, nem todas as imaginações são feitas das mesmas coisas. A imaginação dos cozinheiros tem sobretudo paladares, e a dos artistas mais cores e formas. Mas a imaginação dos escritores está cheia de palavras.

E nos leitores e ouvintes das histórias, as imaginações fazem-se com palavras também. A imaginação do escritor trabalha e gira e molda ideias e sons e vozes e personagens e acontecimentos numa história, e a história é apenas feita de palavras, batalhões de rabiscos que marcham ao longo das páginas. E depois chega o leitor e os rabiscos ganham vida. Ficam na página, parecem ainda rabiscos, mas também brincam na imaginação do leitor, e o leitor começa igualmente a desenhar e a rodar as palavras de modo a que a história se crie agora na sua cabeça, tal como tinha acontecido na cabeça do escritor.

É por isso que o leitor é tão importante para a história como o escritor. Há apenas um escritor para cada história, mas há centenas ou milhares ou mesmo milhões de leitores, na própria língua do escritor ou traduzida para muitas línguas. Sem o escritor, a história nunca teria nascido; mas sem os milhares de leitores em todo o mundo, a história não viveria todas as vidas que pode viver.

Cada leitor de uma história tem alguma coisa em comum com os outros leitores da mesma história. Separadamente, mas também em conjunto, eles recriam a história do escritor com a sua própria imaginação: um ato ao mesmo tempo privado e público, individual e coletivo, íntimo e internacional. Isto deve ser o aquilo que o ser humano faz melhor.

Continua a ler!

Siobhán Parkinson
Autora, editora, tradutora e distinguida com o Laureate na nÓg (Children’s Laureate of Ireland).

Tradução para português: Maria Carlos Loureiro



 

quarta-feira, 19 de março de 2014

Semana da Leitura 2014 na companhia de Ruth Rocha

O DIREITO DAS CRIANÇAS


Toda criança no mundo
Deve ser bem protegida
Contra os rigores do tempo
Contra os rigores da vida.

Criança tem que ter nome
Criança tem que ter lar
Ter saúde e não ter fome
Ter segurança e estudar.

Não é questão de querer
Nem questão de concordar
Os direitos das crianças
Todos têm de respeitar.

Tem direito à atenção
Direito de não ter medos
Direito a livros e a pão
Direito de ter brinquedos.

Mas criança também tem
O direito de sorrir.
Correr na beira do mar,
Ter lápis de colorir…

Ver uma estrela cadente,
Filme que tenha robô,
Ganhar um lindo presente,
Ouvir histórias do avô.

Descer do escorregador,
Fazer bolha de sabão,
Sorvete, se faz calor,
Brincar de adivinhação.

Morango com chantilly,
Ver mágico de cartola,
O canto do bem-te-vi,
Bola, bola, bola, bola!

Lamber fundo da panela
Ser tratada com afeição
Ser alegre e tagarela
Poder também dizer não!

Carrinho, jogos, bonecas,
Montar um jogo de armar,
Amarelinha, petecas,
E uma corda de pular.



Ruth Rocha



***


O poema que inicia esta postagem foi escolhido pela mãe (Tatiana Jensen Alves) de uma aluna da turma de 3º ano (CE2) que veio hoje à nossa sala de aula explicar a todos os alunos quem é esta poetisa brasileira e por que motivo tanto a aprecia. O poema foi lido  primeiro pela mãe e depois aprendido de cor pelos alunos que disseram ter gostado do que ouviram. Depois tentaram aprender de cor uma quadra e ilustrá-la. A paixão que a mãe nos mostrou ter pela Ruth Rocha levou a que os alunos mostrassem interesse por outros livros da autora trazidos para a aula pela Tatiana Jensen Alves e que um deles fosse mesmo lido perante o interesse mostrado pelos alunos, Quem tem medo do Novo?