Agora o escritor és tu! (turma de 4º ano / CM1)

A turma de 4º ano leu a obra de António Torrado, Teatro às Três Pancadas e continuou uma das peças desse livro, «A raposa e o corvo». Para além da continuação dessa peça, os alunos também criaram uma nova capa para o livro de António Torrado. Apresenta-se a seguir o texto criado na aula e a capa enviada para a revista «Visão Júnior» (revista que está na origem desta iniciativa escolar):

«A raposa e o corvo» (continuação)

Personagens Narrador Corvo Namorada do Corvo Raposa

(…)

CORVO (furtando-se ao consolo do Narrador e aparentando indiferença): Não! Eu até nem gosto de queijo…

Saem os dois.

FIM

NARRADOR: O quê? Tu não gostas de queijo???  Desde quando, seu mentiroso?

CORVO: Eu nunca gostei de queijo!

NARRADOR: Então por que é que tinhas um queijo no bico?

CORVO: Eu não tinha um queijo no bico…

NARRADOR: Ai é? Tu pensas que eu nasci ontem?

CORVO: Aquilo que eu tinha no bico não era para mim, era para a minha namorada!

NARRADOR: Desde quando é que tu tens uma namorada? Então mostra-me a tua namorada, nunca a vi.

CORVO: A minha namorada está presa pela asa, numa árvore.

NARRADOR: Então o que é que estavas a fazer empoleirado na árvore, parado e com o queijo no bico? Não devias ter ido logo ter com a tua namorada para ela o comer?

Nesse momento, chega a voar, a namorada do Corvo e poisa no ramo ao lado dele.

NAMORADA DO CORVO: Croá! Croá! Croá!

NARRADOR: Olá! Quem és tu?

CORVO (antecipando-se à namorada): É a minha namorada! (com a voz a tremer)

NAMORADA DO CORVO: Sou a namorada do Corvo! (dirigindo-se para o Corvo) Estou à tua espera há muito tempo. Fiquei preocupada. O que é que te aconteceu?

NARRADOR (ar surpreendido): A tua asa está boa, tu voas muito bem!

NAMORADA DO CORVO: Mas a minha asa não teve problema nenhum!!!

NARRADOR: Ai é? Tens um namorado muito mentiroso!

NAMORADA DO CORVO: O que é que ele te disse? (olhando surpreendida para o Corvo)

 NARRADOR: Ele disse que tu estavas presa numa árvore pela asa.

NAMORADA DO CORVO: Ó Corvo malandro, por que é que tu disseste isso?

NARRADOR: Mas ele disse também mais uma coisa que eu achei muito interessante.

NAMORADA DO CORVO (surpreendida): O quê?

NARRADOR: Que tu gostavas de queijo.

NAMORADA DO CORVO: Mas eu não gosto de queijo! Eu nunca gostei de queijo!

                                                                                      

Neste preciso momento aparece a raposa com um pedacinho de queijo, cabeça baixa e cauda entre as pernas. Aproxima-se da árvore onde se encontra o Corvo. Pousa o pedaço de queijo no chão e interrompe a conversa entre o Narrador e a Namorada do Corvo.

RAPOSA (com voz doce): Toma, Corvo, este pedacinho de queijo.

CORVO: Não quero mais! Não caio segunda vez na tua armadilha. Tu foste matreira comigo, disseste que eu tinha uma linda plumagem e querias ouvir a minha bela voz só para teres o meu queijo. Para um apreciador de queijo…

 NARRADOR (entrando na conversa): Apreciador de queijo? Então, tu disseste que era para a tua namorada e que não gostavas de queijo? Em que ficamos?

RAPOSA: Ó Corvo, todos sabemos que tu adoras queijo. Por isso te trouxe este restinho que eu vou pôr aqui no chão. Vem cá buscá-lo. (diz isto e começa a ir-se embora)

O Corvo não resiste e guloso voa para o chão. Nesse momento, a raposa salta para trás e tenta apanhar o Corvo para o comer.

NARRADOR: Ó Corvo, tu és uma presa mesmo fácil de apanhar! És vaidoso e guloso e assim a raposa consegue sempre enganar-te. Quando é que tu vais aprender a lição? Não se pode confiar numa raposa!

FIM

Turma de 4º ano

Secção Portuguesa do Liceu Internacional de Saint-Germain-en-Laye, Secção Portuguesa – Polo da Normandie-Niemen

13 de janeiro de 2014

 

O nosso trabalho não saiu vencedor, outros foram os escolhidos. A versão online da «Visão Júnior» publica uma ampla reportagem sobre os trabalhos vencedores que podem ler clicando aqui.

Aproveito também para publicar alguns vídeos disponibilizados pela revista relacionados com este assunto onde podemos ouvir a opinião de alguns alunos/leitores e a entrevista dada pelo escritor português aquando do encontro com as turmas vencedoras: