A turma de 3º ano da Secção Portuguesa (polo Normandie-Niemen)
leu a história de Álvaro Magalhães, «A praia da Galé» e aceitou o desafio da revista Visão Júnior para a continuar. Saiu vencedora, mas não pôde ir a Lisboa entrevistar o autor. Aqui fica o link que dá acesso à publicação online da nossa história no sítio da revista http://visao.sapo.pt/trabalho-dos-alunos-do-lycee-international-de-st-germain-en-laye=f778674
O Senhor de seu nariz e outras histórias de Álvaro Magalhães
«A praia da Galé» (continuação)
Estávamos nós nesta conversa, quando vejo a minha avó chegar à praia.
Disse eu:
- Avô, olha quem aqui vem!
Disse o avô:
- Oh! O que é que vens cá fazer, mulher?
Disse a minha avó, que tinha acabado de chegar à praia:
- Vim para vos ver e como está muito calor apetece-me ir tomar banho.
Grito eu e o meu avô ao mesmo tempo:
- Nãaaao!
Responde a avó:
- Porquê?
Nós explicámos: tínhamos ido tomar banho, quando de repente vimos uma prancha de surf que nos assustou porque pensámos ser a barbatana de um tubarão.
Disse a avó:
- Se era uma prancha de surf, por que é que eu não posso ir tomar banho? Eu não tenho medo de pranchas de surf!!!!!
Disse o avô:
- Também não tenho medo de pranchas, mas pensei que era um tubarão e apanhei um susto.
Disse eu:
- Então vai tomar banho sozinha, nós ficamos aqui a construir um castelo na areia.
A avó vai para o mar e mergulha numa água clara e transparente, magnífica e deliciosa.
Gritou a avó:
- Aaaah! Socorro! Uma caravela portuguesa!
A avó faz chichi com o medo e começa a nadar crawl chegando rapidamente à praia.
Perguntou o avô:
- O que é que se passa? Viste uma prancha de surf?
Disse a avó assustada e a tremer:
- Não! Vi uma caravela portuguesa!
Disse eu:
- Tens medo de um barco, avó?
Disse o avô:
- Meu neto, uma caravela portuguesa não é um barco, é uma alforreca que pode matar!
Disse a avó:
- Ninguém pode ir tomar banho, a água está infestada de caravelas portuguesas!
Disse eu:
- Então temos de ir avisar os nadadores-salvadores.
Disse o avô:
- Temos que ir já avisá-los!
Disse a avó:
- Temos de dizer para evacuarem já a praia!
Disse eu:
- Avó, eu nunca teria tido medo da caravela portuguesa e nunca teria fugido dela. Não iria avisar os nadadores-salvadores e se calhar algumas pessoas poderiam morrer…
Disseram os meus avós em uníssono:
- Às vezes é bom ter medo. O medo salva-nos!
FIM
***
Tendo dado este fim à história de Álvaro Magalhães, vários alunos desenharam várias capas para o livro, mas a que enviámos para concurso foi a capa que se segue por ter sido a mais bonita:
Alguns alunos falaram sobre este trabalho realizado na sala de aula, apesar da timidez diante da máquina de filmar...
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